Quem somos?

Estudantes do 1º ano de medicina e por meio desse blog temos o objetivo não só de informar sobre o tema Epidemias Virais e Superbactérias, mas também, simultaneamente, aprender mais sobre o assunto e tentar enxergar a extensão desse problema no meio hospitalar e a visão social e bioética que o cerca.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Nova descoberta pode ser aliada contra bacérias multiresistentes

O pernambucano Caio Guimarães, estagiário do Wellman Center, laboratório de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), traballhou em conjunto com com uma equipe de norte-americanos para desenvolver uma nova técnica de antibióticoterapia. 
O time de estudiosos criou uma lanterna com lampadas LED calibradas para emitir uma frequencia de luz visível nociva a bactérias multiresistentes, que já havia sido descoberta. A técnica envolve agulhas biodegradáveis que são inseridas no local de aplicação e conduzem a luz até ele, atacando o DNA bacteriano e matando os microorganismos em cerca de uma hora.
Tal feito representa uma marcante evolução na história de tratamentos médicos e pode trazer muitos benefícios nesse campo.
Mais detalhes voce encontrará na notícia veiculada pelo Diário de Pernambuco clicando aqui.

Pesquisas no Brasil prosseguirão no próximo mês




terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Declaração de Washington para acabar com a epidemia da aids


Por Ana Luiza Gomes 
Washington (EUA) – Apesar de todos os avanços científicos no campo do combate ao HIV/aids, ainda há muito a ser feito. A Declaração de Washington “Virando o Jogo Juntos” vem para oficializar o compromisso de governos, pesquisadores, profissionais da saúde e sociedade civil. Leia, abaixo, a declaração, assine e faça parte desse grupo engajado.
Para virar o jogo juntos, precisamos:
  1. Aumentar novos investimentos específicos. Podemos salvar vidas, evitar infecções e reduzir o custo global da epidemia com o aumento imediato e estratégico de investimentos. Progresso maior requer comprometimento proporcional com financiamento de doadores globais e locais, inclusive de governos nacionais do mundo todo.
  2. Assegurar a prevenção do HIV, seu tratamento e cuidado com base em evidências e em conformidade com os direitos humanos daqueles em maior risco e os mais carentes. Isso inclui os homens que fazem sexo com homens, transgêneros, usuários de drogas, mulheres vulneráveis, jovens, grávidas vivendo com o HIV e profissionais do sexo, bem como outras populações afetadas. Ninguém pode ser excluído se quisermos alcançar nosso objetivo.
  3. Acabar com o estigma, a discriminação, as sanções legais e as violações dos direitos humanos para pessoas vivendo com o HIV e as populações em risco. O estigma e o preconceito dificultam todos os nossos esforços e evitam a entrega de serviços essenciais.
  4. Aumentar consideravelmente o teste do HIV, aconselhamento e ligação com serviços de prevenção, cuidados e apoio. Todos têm o direito de conhecer seu status sorológico para o HIV e de receber o tratamento, cuidado e apoio de que precisam. 
  5. Fornecer tratamento para todas as mulheres grávidas ou amamentando que vivem com o HIV para interromper a transmissão perinatal: é possível apoiar as mulheres para que permaneçam vivas e saudáveis e erradicar as infecções pediátricas pelo HIV. 
  6. Expandir o acesso à terapia antirretroviral para todos que precisarem. Não conseguiremos acabar com a aids até que a promessa do acesso universal se torne realidade.
  7. Identificar, diagnosticar e tratar a TB. Implantar programas de prevenção da TB por meio de serviços integrados para o HIV e TB. Chega de viver com o HIV, mas morrer de tuberculose.
  8. Acelerar as pesquisas sobre novos recursos para a prevenção e tratamento do HIV, inclusive novas abordagens, tais como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e microbicidas, e a distribuição otimizada de recursos conhecidamente eficazes, desde preservativos até o tratamento como meio de prevenção. Expandir a pesquisa de uma vacina e da cura. A pesquisa é fundamental para nos levar ao fim da epidemia.
  9. A mobilização e o envolvimento significativo das comunidades afetadas devem estar no centro das respostas coletivas. A liderança daqueles diretamente afetados é essencial para uma resposta eficaz ao HIV/aids.  Os desafios que nos esperam são enormes, mas os custos do fracasso são ainda maiores. Convocamos todos os cidadãos da comunidade global, no espírito de solidariedade e ação conjunta, e com o engajamento total da comunidade de pessoas vivendo com o HIV, a renovar a percepção de urgência da expansão global da luta contra a aids. Precisamos agir com base no que sabemos. Precisamos começar a acabar com a aids – Juntos.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Novos casos suspeitos de febre chikungunya surgem no Sul de Minas


Uma mulher de São Lourenço (MG), de 64 anos, e um homem de Lavras (MG), de 45 anos, estão em observação sob suspeita de terem contraído a febre chikungunya. De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, o resultado dos exames deve sair em até 30 dias. Até o momento, há dois casos confirmados em Minas Gerais, um em Coronel Fabriciano (MG) e outro em Matozinhos (MG).
Ainda segundo a secretaria, os seis casos suspeitos que vinham sendo investigados no Sul de Minas foram descartados. Além da região, o órgão aguarda o resultado dos exames de 14 pacientes que podem estar com a febre chikungunya em outras partes do Estado.

domingo, 23 de novembro de 2014

Febre Chikungunya?

O Brasil vive atualmente considerável risco de desenvolver uma epidemia de Febre Chikungunya. Foram confirmados mais de 800 casos desde que o vírus emergiu no país, em meados de setembro, e em Feira de Santana, na Bahia, a situação já é considerada endemica. Mas afinal, com que tipo de ameaça estamos lidando?

A Febre Chikungunya é uma arbovirose causada pelo RNA vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do genero Alphavirus. Seu nome deriva de uma palavra em Makonde e significa "aqueles que se dobram". Desde seu primeiro isolamento, na Tanzania em 1952, surtos ocorreram na África, Ásia e mais recentemente na Europa e nas Américas.


Os principais vetores são mosquitos Ae. aegypti, mesmo transmissor da dengue, e Ae. albopictus, ambos presentes em todos os trópicos, com Ae. albopictus encontrados também em latitudes mais temperadas, o que torna essas regiões suscetíveis a propagação do vírus.






Após adquirir o vírus de algum reservatório, que pode ser o homem e alguns outros vertebrados, o mosquito leva 10 dias para ser capaz de transmití-lo. O hospedeiro suscetível,, quando picado, irá manifestar os sintomas após um período de incubação  médio de 3 a 7 dias.



O vírus CHIKV pode causa doença aguda, que pode durar de 3 a 7 dias, subaguda, quando ocorre uma melhora mas os sinais reaparecem e cronica, quando os sintomas persistem por mais de tres meses.



Os sintomas típicos da doença são:


  • Febre
  • Poliartralgia (dor nas articulações)
  • Cefaleia
  • Mialgia (dor muscular) 
  • Dor nas costas
  • Náusea
  • Vomito
  • Exantema (erupção cutanea)

Não existe tratamento antiviral específico para CHIKV, logo o foco é amenizar os sintomas através de fármacos. O uso de aspirina não é recomendado, por aumentar o risco de hemorragia.

Qualquer dúvida consulte a cartilha do Ministério da Saúde sobre a Febre Chikungunya clicando aqui

Até a próxima! 

sábado, 22 de novembro de 2014

Gripe aviária é detectada em três novas fazendas na Holanda

O vírus da gripe aviária foi detectado nesta sexta-feira (21) em três novas granjas na Holanda, anunciaram as autoridades, sem conseguir definir se a cepa era da variedade altamente contagiosa descoberta no começo da semana.
O ministério dos Assuntos Econômicos também confirmou que a cepa do vírus encontrada na quinta-feira em uma granja em Ter Aar, no centro do país, é a H5N8, a mesma detectada no último fim de semana em uma primeira criação de aves holandesa, em Hekendorp.
A cepa H5N8, "altamente patogênica" para os animais, mas que representa um risco pequeno para os humanos, foi detectada pela primeira vez na Europa no início de novembro em uma granja de perus no Alemanha.
Até então limitada à Ásia, a cepa H5N8, trazida por aves migratórias, também foi detectada no Reino Unido em uma fazenda localizada em Yorkshire, no norte da Inglaterra.
Depois de detectar a cepa H5N8 do vírus em Hekendorp no fim de semana e em Ter Aar na quinta-feira, as autoridades detectaram o vírus da gripe aviária nesta sexta em uma terceira granja, localizada em Kamperveen, a cerca de 100 km de Hekendorp e Ter Aar .
Esta tarde, o ministério dos Assuntos Econômicos indicou que "os sintomas consistentes com os da gripe aviária" haviam sido encontrados em duas outras fazendas em Kamperveen.
As aves dessas três granjas serão sacrificadas e as fazendas desinfectadas pelas autoridades de saúde, segundo a mesma fonte.
A variante detectada em Kamperveen é a H5, mas não está claro se era da variedade altamente patogênica ou não.
Esta variante é diferente da H5N1 que entre 2003 e 2014 causou, principalmente na Ásia, 393 vítimas humanas de 668 casos notificados, cerca de 60% dos casos fatais, de acordo com a OMS.
Segundo a OMS, não se sabe se a H5N8 pode infectar os seres humanos, mas vários especialistas independentes consideram o risco "extremamente baixo, se não for zero".
Na Holanda, foi proibido na quinta-feira o transporte em todo o país de aves, ovos e esterco de galinha por um período máximo de 72 horas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

As grandes epidemias ao longo da história

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundação Oswaldo Cruz
PESTE NEGRA 
50 milhões de mortos (Europa e Ásia) - 1333 a 1351
História: A peste bubônica ganhou o nome de peste negra por causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos
Contaminação: Causada pela bactéria Yersinia pestis, comum em roedores como o rato. É transmitida para o homem pela pulga desses animais contaminados
Sintomas: Inflamação dos gânglios linfáticos, seguida de tremedeiras, dores localizadas, apatia, vertigem e febre alta
Tratamento: À base de antibióticos. Sem tratamento, mata em 60% dos casos

CÓLERA
Centenas de milhares de mortos - 1817 a 1824
História – Conhecida desde a Antigüidade, teve sua primeira epidemia global em 1817. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos
Contaminação – Por meio de água ou alimentos contaminados
Sintomas – A bactéria se multiplica no intestino e elimina uma toxina que provoca diarréia intensa
Tratamento – À base de antibióticos. A vacina disponível é de baixa eficácia (50% de imunização)

TUBERCULOSE
1 bilhão de mortos - 1850 a 1950
História – Sinais da doença foram encontrados em esqueletos de 7 000 anos atrás. O combate foi acelerado em 1882, depois da identificação do bacilo de Koch, causador da tuberculose. Nas últimas décadas, ressurgiu com força nos países pobres, incluindo o Brasil, e como doença oportunista nos pacientes de Aids
Contaminação – Altamente contagiosa, transmite-se de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias
Sintomas – Ataca principalmente os pulmões
Tratamento – À base de antibióticos, o paciente é curado em até seis meses

VARÍOLA
300 milhões de mortos - 1896 a 1980
História – A doença atormentou a humanidade por mais de 3 000 anos. Até figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. A vacina foi descoberta em 1796
Contaminação – O Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por meio das vias respiratórias
Sintomas – Febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Posteriormente, pústulas que podiam deixar cicatrizes no corpo
Tratamento – Erradicada do planeta desde 1980, após campanha de vacinação em massa

GRIPE ESPANHOLA
20 milhões de mortos - 1918 a 1919
História – O vírus Influenza é um dos maiores carrascos da humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe espanhola, embora tenha feito vítimas no mundo todo. No Brasil, matou o presidente Rodrigues Alves
Contaminação – Propaga-se pelo ar, por meio de gotículas de saliva e espirros
Sintomas – Fortes dores de cabeça e no corpo, calafrios e inchaço dos pulmões
Tratamento – O vírus está em permanente mutação, por isso o homem nunca está imune. As vacinas antigripais previnem a contaminação com formas já conhecidas do vírus

TIFO
3 milhões de mortos (Europa Oriental e Rússia) - 1918 a 1922
História – A doença é causada pelas bactérias do gênero Rickettsia. Como a miséria apresenta as condições ideais para a proliferação, o tifo está ligado a países do Terceiro Mundo, campos de refugiados e concentração, ou guerras
Contaminação – O tifo exantemático (ou epidêmico) aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes contaminadas do inseto na própria corrente sangüínea. O tifo murino (ou endêmico) é transmitido pela pulga do rato
Sintomas – Dor de cabeça e nas articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas
Tratamento – À base de antibióticos

FEBRE AMARELA
30 000 mortos (Etiópia) - 1960 a 1962
História – O Flavivírus, que tem uma versão urbana e outra silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas
Contaminação – A vítima é picada pelo mosquito transmissor, que picou antes uma pessoa infectada com o vírus
Sintomas – Febre alta, mal-estar, cansaço, calafrios, náuseas, vômitos e diarréia. 85% dos pacientes recupera-se em três ou quatro dias. Os outros podem ter sintomas mais graves, que podem levá-los à morte
Tratamento – Existe vacina, que pode ser aplicada a partir dos 12 meses de idade e renovada a cada dez anos

SARAMPO
6 milhões de mortos por ano - Até 1963
História – Era uma das causas principais de mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países
Contaminação – Altamente contagioso, o sarampo é causado pelo vírus Morbillivirus, propagado por meio das secreções mucosas (como a saliva, por exemplo) de indivíduos doentes
Sintomas – Pequenas erupções avermelhadas na pele, febre alta, dor de cabeça, mal-estar e inflamação das vias respiratórias
Tratamento – Existe vacina, aplicada aos nove meses de idade e reaplicada aos 15 meses

MALÁRIA
3 milhões de mortos por ano - Desde 1980
História – Em 1880, foi descoberto o protozoário Plasmodium, que causa a doença. A OMS considera a malária a pior doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para a Aids
Contaminação – Pelo sangue, quando a vítima é picada pelo mosquito Anopheles contaminado com o protozoário da malária
Sintomas – O protozoário destrói as células do fígado e os glóbulos vermelhos e, em alguns casos, as artérias que levam o sangue até o cérebro
Tratamento – Não existe uma vacina eficiente, apenas drogas para tratar e curar os sintomas

AIDS
22 milhões de mortos - Desde 1981
História – A doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos, e desde então foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde
Contaminação – O vírus HIV é transmitido através do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno
Sintomas – Destrói o sistema imunológico, deixando o organismo frágil a doenças causadas por outros vírus, bactérias, parasitas e células cancerígenas
Tratamento – Não existe cura. Os soropositivos são tratados com coquetéis de drogas que inibem a multiplicação do vírus, mas não o eliminam do organismo


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Staphylococcus aureus meticilina resistente


Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva e o patógeno humano mais importante do gênero Staphylococcus, está presente em cerca de 30 a 50% das pessoas, sendo mais elevado em profissionais da saúdeO número de cepas de Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) tem tido um aumento importante, essas são resistentes a vários agente antimicrobianos tornando-a a principal fonte de infecções nosocomiais ( hospitalares) e também infecções comunitárias, pois, o impacto do incremento de infecções se dá pelo aumento ao cuidado dos pacientes nas instituições e pela habilidade dos microrganismos em processos de adaptação às mudanças ambientais continuas.

Fonte:  Revista de Ciencias Farmaceuticas Básica e Aplicada, Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) e infecções nosocomiais.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O que é uma epidemia?


   
    A palavra epidemia tem sua origem no grego, mais especificamente nas palavras epi (sobre) + demos (povo) e o conceito, como o conhecemos, é utilizado desde a época de Hipócrates, no século VI a.C. Tal termo se refere a doenças que atingem determinadas comunidades ou regiões,  se alastrando para outras áreas e apresentando grande incidência  de casos em curto período de tempo. 

   Ao longo da história ocorreram diversos episódios característicos de uma epidemia, sendo, nos tempos, mais antigo, nomeados de "pestes" ou "pragas". Um exemplo muito popular é a famosa Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV levando, em estimativa, 2/3 da população do continente ao óbito.
   
    Neste contexto, vale destacar os significados de endemia e pandemia, pois podem ser facilmente confundidos com o termo tratado aqui. A primeira se refere a uma doença restrita a determinada região sem se alastrar para outras áreas geográficas, possuindo duração contínua mas localização limitada; a segunda se trata de uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar para outros continentes.

   Agora que você já sabe o básico sobre o termo título do nosso blog, aprofunde mais o seu conhecimento e leia o artigo abaixo. Ele elucida o conceito de epidemia, envolvendo muita história, citações e curiosidades. Espero que goste!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Hospital Municipal de Maringá trata quatro pacientes com superbactéria

Fonte: Jornal O Diário
Estão isolados em uma ala no Hospital Municipal (HM) de Maringá quatro pacientes contaminados com a superbactéria KPC. São dois homens e duas mulheres – três são idosos – que estavam internados em outros hospitais. Eles não passaram bem após receberem alta e procuraram atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) zona sul.
Os pacientes foram submetidos a exames considerados de rotina. A medida atende a protocolo do Ministério da Saúde (MS). Para o tratamento, eles foram encaminhados ao HM. Resistente a vários antibióticos disponíveis no mercado, a KPC é uma bactéria de ambiente hospitalar que em organismos mais debilitados pode levar o paciente a morte.
"Em três pacientes, a bactéria está colonizada – ou seja, apenas habita o organismo e em apenas um há a infecção. Neste tipo de situação, a bactéria habita o organismo, mas causa também infecção", explicou o médico infectologista e coordenador da Comissão de Controle de Infecções do HM, Luiz Jorge Moreira Neto.
Cada paciente está em um quarto. Eles recebem cuidados de profissionais especializados que utilizam roupas especiais. Apesar da preocupação, o infectologista não acredita que essa superbactéria possa contaminar outros pacientes do HM.
"Eles foram contaminados em outras unidades então não é uma bactéria do Municipal. Por isso, não há risco aos demais pacientes. Neste momento, todos estão estáveis", completou. Ainda segundo Moreira Neto, não há prazo de alta para esses pacientes. Os nomes e idade dos pacientes são mantidos em sigilo pelo HM.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Estudo sobre superbactérias recebe menção honrosa no Prêmio CAPES de Teses 2014


Por Maíra Menezes/ IOC
Com foco nas bactérias causadoras de infecções hospitalares, a tese de doutorado da engenheira de alimentos Karyne Rangel Carvalho, orientada pela pesquisadora Marise Dutra Asensi, chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Teses 2014. Intitulado ‘Estudo da diversidade genética, caracterização fenotípica e molecular de mecanismos de resistência a antimicrobianos e virulência em Acinetobacter baumannii isolados em hospitais do Rio de Janeiro’, o trabalho é parte do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). “Antes desta pesquisa, havia apenas um estudo publicado no Brasil sobre bactérias desta espécie. Nosso trabalho foi o primeiro a realizar a caracterização genotípica destes micro-organismos no país e a estudar exemplares do Rio de Janeiro”, conta Karyne. O resultado da premiação foi divulgado no Diário Oficial da União na quinta-feira, 2 de outubro.
Originárias do ambiente, as bactérias Acinetobacter baumannii não eram agentes comuns de doenças em pacientes até aproximadamente dez anos atrás. No entanto, nos últimos anos, elas passaram a ser encontradas com frequência em infecções adquiridas em hospitais, provocando quadros como pneumonia, meningite e sepse (infecção generalizada). “A disseminação destas bactérias ocorreu principalmente por causa da aquisição de genes de resistência a antibióticos. Com isso, a proliferação delas é favorecida em unidades de saúde, onde o uso destes fármacos é intenso”, explica Marise. “Atualmente, nos casos de infecção hospitalar provocados por bactérias gram-negativas, esta espécie é a terceira mais frequente”, pontua.
A pesquisa de doutorado analisou amostras de Acinetobacter baumannii de 141 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva e enfermarias cirúrgicas de dez hospitais públicos e privados do Rio de Janeiro. Entre estas, 110 foram identificadas como superbactérias resistentes aos carbapenemas, classe de antibióticos mais potente e a principal indicada no tratamento das infecções. “Quando as bactérias são resistentes aos carbapenemas, a opção para a terapia passa a ser a polimixina, um antibiótico antigo e bastante tóxico para o organismo do paciente”, ressalta Karyne.
Sobrevivência mesmo em ambientes adversos
A análise do DNA das bactérias resistentes mostrou que elas eram portadoras de uma enzima relacionada à capacidade de destruir os antibióticos. Além disso, a pesquisa conseguiu identificar que apenas dois genótipos diferentes eram responsáveis pela grande maioria dos casos, indicando que estas bactérias poderiam ter vantagens adicionais para causar infecções e resistir aos tratamentos. Diferentes estudos moleculares detectaram, entre outras características, uma alta capacidade de formar biofilmes – estruturas em que as bactérias se unem e são envolvidas por uma espécie de ‘capa protetora’ que dificulta a ação de antibióticos e desinfetantes – e de aderir às células pulmonares.
“Estas bactérias conseguem sobreviver em ambientes adversos e podem permanecer por um longo tempo sobre superfícies ou sobre a pele, mesmo sem causar doenças. Isso facilita o carreamento destes micro-organismos entre as unidades de saúde”, diz a autora da tese, explicando que pacientes e profissionais de saúde podem transportar as bactérias de um hospital para o outro.
Segundo a orientadora da pesquisa, a caracterização genética e molecular das bactérias Acinetobacter baumannii pode ter impactos no controle destas superbactérias. “O estudo conseguiu identificar os dois genótipos mais virulentos e algumas características que contribuem para que elas sejam causadoras frequentes de infecções. A partir destes resultados, passamos a conhecer os micro-organismos que precisam ser combatidos”, destaca Marise. Apesar de a tese de doutorado ter se concentrado nas amostras do Rio de Janeiro, análises de cepas de outros estados recebidas pelo Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC durante a realização do trabalho revelaram que os dois genótipos identificados são os mais frequentes nacionalmente. “A comparação realizada com genomas de bactérias de diversos países mostrou ainda que existe uma semelhança entre os micro-organismos mais frequentes no Brasil e aqueles da Argentina. No entanto, estas bactérias possuem genomas diferentes das cepas mais comuns na Europa e nos Estados Unidos, o que revela características regionais”, diz a pesquisadora.
Em busca de mais respostas
Os resultados obtidos durante a pesquisa de doutorado foram divulgados em quatro artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais e desdobramentos do estudo estão em andamento. No Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar, o doutorando Thiago Pavoni Gomes Chagas, aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, realiza análises do genoma completo das bactérias Acinetobacter baumannii isoladas de pacientes no Brasil e utiliza técnicas de bioinformática e proteômica para investigar seus mecanismos de virulência. Em pesquisa de pós-doutorado no INCQS/Fiocruz, Karyne estuda alguns mecanismos de virulência em Acinetobacter baumannii e o perfil de susceptibilidade destes micro-organismos a desinfetantes hospitalares.
Fonte: http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/estudo-sobre-superbacterias-recebe-mencao-honrosa-no-premio-capes-de-teses-2014
Link para leitura do Estudo da diversidade genética, caracterização fenotípica e molecular de mecanismos de resistência a antimicrobianos e virulência em Acinetobacter baumannii isolados em hospitais do Rio de Janeiro:

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Epidemias virais e superbactérias

         
Epidemias virais e superbactérias

            No meio em que vivemos somos constantemente circundados e bombardeados por ameaças invisíveis, manifestadas através de microrganismos como vírus e bactérias, ditos patogênicos. Em contrapartida, de forma comensal, as bactérias estão presentes na pele, mucosas e trato intestinal de homens e animais, tornando possível a manutenção da vida terrestre.
Segundo a Teoria de Darwin da seleção natural, sobrevive o ser com maior capacidade de adaptação. Essa capacidade de adaptação é observada nos vírus e superbactérias, nos quais a patogenicidade é muito aumentada, pois cepas mais resistentes dos microrganismos originais são selecionadas, não somente pelo meio natural, mas também, pelas medicações utilizadas para combatê-las.


  Tal virulência e patogenia aumentada levam a uma nova forma de interação inter-humana e humano-ambiente, conduzindo, assim, a mudanças nas organizações sociais, na área de pesquisas e tratamentos e nos protocolos locais e internacionais, sendo todas em prol de uma adaptação da sociedade ao novo ambiente ao qual estamos sendo expostos diariamente.